A governadora Fátima Bezerra apresentou
no IV Fórum dos Governadores a proposta já aprovada pelo grupo, a qual ela se
refere como “o novo Fundeb”, que se diferencia do atual por ser uma política
permanente - sem prazo de vigência - e com maior participação da União no
financiamento do fundo. A proposta apresentada foi construída com
representantes do Fórum Nacional de Educação, do Conselho Nacional de
Secretários de Educação (CONSED), da União Nacional dos Dirigentes Municipais
de Educação (UNDIME) e com o Congresso Nacional, tanto na Câmara Federal,
quanto no Senado, portanto contou com amplo diálogo com as entidades do
campo educacional. A apresentação aconteceu nesta terça-feira (23), em
Brasília.
O Fundo de Manutenção e Desenvolvimento
da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb) está
previsto para encerrar em 2020. Só este fato já é suficiente para gerar uma
ampla discussão sobre o futuro da educação de crianças e adolescentes que
necessitam da rede pública.
“Nós estamos apresentando uma proposta
bastante flexível, que é aumentar de 10 para 40% a complementação do Governo
Federal, mas não é de imediato. É de forma gradativa. Sairemos do primeiro ano
de vigência de 10 para 20%, dada a necessidade premente que temos hoje. E de 20
para 40% no espaço de 10 anos, tendo aumento progressivo de 2% ao ano”, disse a
governadora, designada no III Fórum de Governadores para coordenar o debate
sobre o financiamento da Educação Básica. O Fundeb foi instituído pela Emenda
Constitucional (EC) nº 53, de 2006, e regulamentado em 2007 por lei e decreto
federais, em substituição ao Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino
Fundamental e de Valorização do Magistério (Fundef), que vigorou de 1998 a
2006.
“Ampliar o financiamento é a maior
necessidade que os estados e municípios do Brasil têm, sob pena de não
conseguirmos avançar nos planos estaduais. É lei, se não querem cumprir, tem
que revogar. O Plano Nacional da Educação - PNE - fala em universalização da
educação básica. O plano fala que até 2024, 50% das nossas crianças devem ter
acesso a uma creche e uma creche de boa qualidade”, destacou.
Fátima também destacou que o plano
prevê ampliação do ensino em tempo integral e a valorização do profissional de
educação, com implantação de novo piso salarial. “Eu entreguei aos senhores uma
cópia da proposta e volto aqui a colocar para os governadores. Resolvi
apresentar uma proposta simples, porém, fundamental para nós, uma proposta que
dialoga com aquilo que é o nosso principal desafio nesse momento, que é
garantir mais financiamento para educação brasileira”. Na sua visão, esse
mecanismo tem se revelado eficiente, do ponto de vista de promover o
financiamento da educação, “agora vamos torná-lo uma política permanente, para
garantir a perenidade desta política”.
Atualmente, o Fundeb é formado por 20%
dos seguintes tributos: Fundo de Participação dos Estados (FPE), via
transferência; Fundo de Participação dos Municípios (FPM), idem; Imposto
sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) - estadual; Imposto sobre
Produtos Industrializados (proporcional às exportações (IPIexp), via
transferência; dentre outros. Quando os estados não atingem o valor mínimo por
aluno, a União complementa com até 10%. Este ano, nove estados das regiões
Norte e Nordeste precisaram desse “socorro” do Governo Federal, na ordem de R$
14,3 bilhões, no total, a saber:Alagoas, Amazonas, Bahia, Ceará, Maranhão,
Pará, Paraíba, Pernambuco e Piauí, conforme dados da Portaria Interministerial
nº 7, de 28 de dezembro de 2018.
Fotos: Derick Nunes e Guia Dantas
0 comentários:
Postar um comentário
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.